HERESIA POÉTICA

E sempre que me deparo com o papel...

Em busca da minha parca escrita,

É você que me vem na mente

E novamente banalizo a poesia!

E volto com a mesmice de rimar amor com dor

E você o amor impossível que não se realizou!

Como que querendo convencer a mim mesmo

Que essa é e foi a minha grande verdade!

Heresia poética que já me cansou!

Na verdade você foi só um atalho

Um breve caminho trilhado

Em minhas poesias de amor!

Em nenhum minuto sequer da minha vida

Deixei de admirar a natureza...

Não parei de saborear as delicias

Que sempre povoaram a minha mesa!

Por você não parei de respirar...

E meu coração não adoeceu!

Minha vida seguiu o mesmo curso

Que eu própria tracei!

E se hoje falo essas verdades

É por ter vencido minha vaidade...

Não sou mulher modelável...

Nem sou facilmente destruída!

E se quiser ser muso da poeta que sou...

E voltar a ser minha poesia...

Não me fale mais do seu amor

Pois esse amor é somente fantasia!

Antes, use as palavras com maestria,

Encante com inteligência a minha alma poeta

Quem sabe assim eu volte a ser, um dia...

Aquela que te elegeu somente como meta!

Santo André, 16.08.06 – 12h40min