às vezes somos dois amigos

Às vezes somos dois amigos

que falam da vida e fazem planos

mas quando o dia cai

eu caio junto...

O tempo passa

e mostra que existe

não é só a parede do meu quarto com desenhos

e sorrisos que eu tirei de tantos lábios.

Eu penso em sair pelas ruas,

para nos encontrarmos na Starbucks,

escrever poemas e alguns diários

que nunca vão ser publicados

mas nos fazem sentir tão bem...

Disseram que eu sou um alvo fácil

que a tristeza é um grande dom

eu a fascino

ela me diz:

“Amores não existem mais

amigos raramente estão lá

seus pais querem te ver

seus poemas estão queimando,

e quando queimam

é porque lamentam não serem o bastante”.

2007, 2008

Eu lia romances

E só

não era triste como Vento-no-litoral

eu lia romances

e aqueles dias

seriam mesmo reais?

e aquelas promessas

já não importam mais?

Eu sei que posso entender

que as pessoas mudam,

que nossos sonhos são tudo

e a distância é necessária.

E quando eu penso nisso

minha garganta fecha

eu sinto vontade de gritar

mas eu ligo meu mp3

e ouço a letra da música trilhar meu caminho.

Meu pai não acredita

que a saudade doa

a ponto de fazer sorrir

querendo adormecer em um lugar seguro

aonde as lembranças não me encontrem mais

e ao mesmo tempo

não saber deixar pra trás.

Meu pai não acredita

Por isso eu prefiro não falar

Que eu sou uma dessas garotas

que ele chamaria de “fracas de espírito”.

E Deus é tudo, mas isso não é sobre religião

Ontem eu passei horas lendo a bíblia

E eu chorei lendo

mas eu me pergunto se Deus

me acha tão fútil

com essa minha fé

que nas horas difíceis

não me faz feliz por estar aonde eu estou.

Poucas pessoas me fazem sentir

Viva

a ponto de querer viver tudo intensamente

e serenamente

as promessas se deterioram

do meu melhor amigo

e da amiga que, como eu, também aprende a abraçar a vida.

É tudo tão estranho e novo

eu nunca pensei muito sobre morrer

como um remédio de cura

é tudo tão estranho

eu nunca me importei com ninguém

é tudo tão estranho

eu só quero que eles fiquem bem

é tudo tão estranho

não quero que se sintam na obrigação de voltar

é tudo tão estranho

as pessoas que me entendem

ou precisam viver suas vidas

ou já morreram.

Em algum lugar

Algum dia

Tudo vai ficar bem,

Como quando eu escrevo

Ou leio Caio F. Abreu

Como quando eu como camarão ao molho branco

E tomo coca-cola.

Como quando eu abraço meus melhores amigos.

Como quando eu vejo aquelas fotos.

Como quando eu vou a livraria.

Como quando... eu estudo genética

Ou literatura.

Como quando meus pais me contam histórias da sua juventude.

Às vezes somos dois estranhos

Que um dia foram amigos,

E só.

brenda
Enviado por brenda em 09/04/2010
Código do texto: T2186639
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