Para ti

Para ti

Pintei no céu um sol poente pra te contentar

Um azul tão tímido para te envolver

Nuvens pinceladas para me derreter

Uma borboleta para enfeitar o teu olhar

Na brisa, pinguei o perfume dos meus beijos

Os pássaros cantantes em arpejos

Depois fiquei ali, ouvindo o teu amar...

Sossegada numa vitrine

Via-te passando empolgante

Roubando da terra as amantes

E das vias os passantes

Na sacada, os olhares te abraçavam

As poças d'água te buscavam

Para banharem-se em beleza...

No rio do meu desejo, a poesia em lampejo

Acalentava a saudade...

Após horas sem fim

Um fio trouxe meu querubim

Para nas minhas entranhas morar

Nem sei se desejo o mundo

Por todos os meus segundos

Viverei para te alcançar...

Ficarei o tempo infinito

Amanhecendo no bendito

O meu ser "indecente"

Nada será mais aparente

Do que o teu hálito de volúpia

Apenas, a essência ficará

Numa intimidade segura

Depois da gruta escura

Somente luz nos engolirá...

Júlia Rocha 12/04/2010

Julia Rocha
Enviado por Julia Rocha em 12/04/2010
Reeditado em 14/04/2010
Código do texto: T2192039
Classificação de conteúdo: seguro