as mãos a boca as mãos a boca
no reflexo lunar da tua boca
deslumbram cem mil fagulhas vermelhas
e o amor - o teu nome escrito
pelo amanhecer dos eucaliptos
no ardor nocturno da minha pele -
também cresce na exaltação das mãos
que se alimenta desse crepitar
na tua boca de água, a palavra,
ou a urgência do amanhecer nas tuas mãos,
como a insinuação do amor
no delírio do vento e das árvores,
diz-se num murmúrio quase fechado,
mas nos teus olhos de fogo, o grito
é o espanto das aves perante o tremer das terras.
Luis Abreu
http://luisabreu.resolucaoinfinita.com