as mãos a boca as mãos a boca

no reflexo lunar da tua boca

deslumbram cem mil fagulhas vermelhas

e o amor - o teu nome escrito

pelo amanhecer dos eucaliptos

no ardor nocturno da minha pele -

também cresce na exaltação das mãos

que se alimenta desse crepitar

na tua boca de água, a palavra,

ou a urgência do amanhecer nas tuas mãos,

como a insinuação do amor

no delírio do vento e das árvores,

diz-se num murmúrio quase fechado,

mas nos teus olhos de fogo, o grito

é o espanto das aves perante o tremer das terras.

Luis Abreu

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Luís Abreu
Enviado por Luís Abreu em 18/08/2006
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