Onze
Quando aos onze o vento revirava suas madeixas
Eu careca haveria de ser
E quando mal equilibrava-me na bicicleta
Carros velozes faziam parte do seu viver
E quando douta de tudo
Eu ainda aprendia a escrever
Eu tentando chegar
Você de malas prontas partindo para distante
E assim vivemos longos anos
Mas, por um simples minuto o relógio se distraiu
Apagando as diferenças
Que o tempo de nós subtraiu
Parou o tempo
O vento sumiu
A vida ficou
Só eu e você sentimos
E repentinamente volto a este tormento
O que nos pertencia para longe fugiu
Deixando apenas o onze
Que sempre nos desuniu
Hoje, quantos onze se fizeram nem lembro
E nem mesmo consigo diferenciar
Apenas sei que
Mais de oitenta temos