Onze

Quando aos onze o vento revirava suas madeixas

Eu careca haveria de ser

E quando mal equilibrava-me na bicicleta

Carros velozes faziam parte do seu viver

E quando douta de tudo

Eu ainda aprendia a escrever

Eu tentando chegar

Você de malas prontas partindo para distante

E assim vivemos longos anos

Mas, por um simples minuto o relógio se distraiu

Apagando as diferenças

Que o tempo de nós subtraiu

Parou o tempo

O vento sumiu

A vida ficou

Só eu e você sentimos

E repentinamente volto a este tormento

O que nos pertencia para longe fugiu

Deixando apenas o onze

Que sempre nos desuniu

Hoje, quantos onze se fizeram nem lembro

E nem mesmo consigo diferenciar

Apenas sei que

Mais de oitenta temos

Robert Jorge
Enviado por Robert Jorge em 18/08/2006
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