Sempre
sempre estou no mesmo barco
remando no mesmo mar revolto
Sempre estou pelas esquinas
nas ruas frias e solitárias
Com pensamentos voadores
como carro desgovernado
Com meu mundo revirado
em instantes devoradores
Sempre estou perdida
sempre estou alheia ao que nada me pertence
em becos e paredes morbitas as cores que não mais vejo.
Sempre estou moida as tempestades que me arrastão
as chuvas que me deixam em pedaços sumindo na neblina cinza.
sempre estou cheia de lágrimas
por razoes de alegrias ou tristezas
sempre estou no meio das palavras
e sou meio silabas e letras.
rimas e desafios só não sou o Amor que por mim acabou
na mais nitida solidão e sou apenas um vento que passa.