Rosa do amor

Ó flor que nasce nos bosques mais formosos,

Em teus olhos pairam celestes céus

E neles há desejos misteriosos...

É dócil até o pranto que vai surgindo

Como orvalho vertido em gotas de cristais

Por tua cândida face e tecem véus

De imensurável esmero e vem vestindo

A delicadeza de um silvestre lírio...

Teus cabelos são pássaros dourados

Bailando no sopro das brisas matinais

Em cada olhar sem toque é um martírio

Teus lábios são prazeres rabiscados

Coberto de essências de jasmins e rosas

Eles são vinhas de frutos saborosos

Um Oasis de desejos que vão queimando

Tal fogueira nos fins das tardes invernais

Teus sorrisos são brumas fabulosas

De versos cantados num acorde brando

Derramam fragores tão harmoniosos

Movem-se lentamente em gestos cordiais

Ó nobre flor revestida de primores

Tens o sabor do pecado e divindade

És prisão invisível, és liberdade

Nos teus olhos flama um louco desejar

Numa imensa ânsia de ser amada

Como um jardim que ama em silêncio as flores

Deixa na areia uma letra marcada

Pra sua angustia ser levada pelo mar...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 21/04/2010
Reeditado em 24/04/2010
Código do texto: T2210882
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