Outono Abissal

Quando o outono desfaz quimeras

Rastejando folhas secas ao chão

Eis que horas caem pesadas

Desidratam o coração da ilusão

Às duras queixas que o vento desfolha

Vislumbra um céu de ouro avermelhado

Que o vento frio que te açoita agora

Confunde-se a rubra rosa do pecado

Recluso minhas pálpebras de areia

Velo meu rosto, águas perdidas de sal

Urdida aos ermos caminhos dessa teia

Omito meus beijos de um sonho abissal

18/04/10

São Paulo - SP