Espera-me!

Espera-me e sinta minha presença

Rodear-te como se fosse bola de fogo

Que incomoda sem tocar.

Espreita-me através das frestas da noite

Sem ver-me claramente

Embora o queira com desespero.

Saiba-me ali ao derredor

Como vigia atento aos teus passos

Em direção à vida.

Queira-me como se quer um amigo

Quando mais for preciso

Tê-lo ao lado para o conforto.

Sinta-me como se sente o amante

No calor do amor

Que brota feito água de fonte inesgotável

E sacia tua louca vontade.

Compreenda-me como a um filho pródigo

Ao pedir perdão pelas maluquices

Cometidas em nome do amor.

Ama-me através das nuvens que habitam o céu

Num divertido balé de mutação

Sem deixar-me perdido em tua imensidão.

Completa-me assim como o pé

Completa a bola no campo de futebol

E a faz rolar doce e suave

Em busca do objetivo final.

Excita-me divinamente

Com tuas mãos delicadas

Percorrendo em pensamento

Meu corpo como um todo,

Demorando-se em cada gesto

O tempo certo da absorção do contato.

Faça-me o eleito do teu coração

E ceda-me o que está guardado

Cuidadosamente como um troféu

A ser entregue ao vencedor.

Ilumina-me como o sol que irradia claridade

Enchendo por completo

O universo imenso por tua falta.

Esgota-me de emoções fortes

Pelo passeio poético feito todos os dias

Em busca de ti.

Escreva-me como faço,

Mas guarde pra ti os escritos

E não deixes nossa intimidade

Revelar-se a mostrar que inexiste.

Espera-me e sinta minha ausência

Penetrante machucando como espinho

De roseira sem fruto.

Claudio Kosmo – 14-10-92.

Claudio Kosmo
Enviado por Claudio Kosmo em 23/04/2010
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