A insensatez do ser e do não ser amado...
Queimas-me mesmo ausente
E o fogo desvaneia-me em plena madrugada
Consolo-me de desejo
Meu corpo em constante ardor
Entrega-se incansávelmente ao teu corpo ausente
Faz-se fumaça, faz-se brasa
Fogo que arde e queima desmesuravelmente
Cai a noite contemplada pela lua
E na rua, ouve-se os berros do silêncio
Gritos contantes de vozes caladas
No horizonte a calmaria da barrulheira noturna
Na brisa o cheiro de solidão
Abro a janela em busca de cheiro teu
Ou apenas em busca de algo meu
Perdido entre as cinzas de um amor
Que se queimou e ardeu através do tempo
Que a tudo e nada se entregou
No tempo mais que tempo, sem tempo se desgastou
Da noite sem dia, sem sol e sem chuva
Daquela madrugada ausente de insensatez do ser e do não ser amado!!!