Perdoe...

PERDOE

Perdoe, mas observá-la através do teu olhar

Foi algo irresistível, impossível de se evitar...

Admirá-la em silêncio, através de uma tela tal vitrine

É algo que você talvez não compreenda, não imagine...

Logo quando a vi achei ser apenas ilusão,

Mas depois percebi ser real e vir do seu coração...

Você de alguma forma inexplicável irradia luz,

Você demonstra simpatia, exala encanto, seduz...

Perdoe se senti tanta vontade de te escrever,

Foi algo difícil, quase impossível de se conter...

É uma inspiração sobre a qual não tenho domínio,

Vêm através do sentimento que tu passas, fascínio...

No exato instante em que tua imagem sobrevêm

O meu dom com caneta e papel se faz refém ...

Perdoe por externar o que significas para mim,

Na verdade a verdade à vista faz que seja assim...

É muito provável que você não me entenda,

Melhor, porque na verdade quero que compreenda

Que por algum motivo maior numa tela nua

Minha pessoa chamou a atenção uma deusa, a sua...

Não tenho intenção nenhuma de constrangê-la,

Apenas que para mim és semelhante uma estrela

E como tal fico à admirá-la de longe, distante

E impossível é não te confessar nesse instante

Eu a vejo bela no que representa ao olhar,

Linda em tudo que a imaginação pode imaginar.

Perdoe se vejo além do que mostra teu belo rosto,

Há em ti algo mais do que na aparência está exposto...

Sinto haver em ti sentimento superior, diferente.

Ao vê-la sinto-a tão presente e tão ausente,

Sinto como se você estivesse tão perto e tão distante...

Na verdade a vejo tão pura e tão provocante...

Trazes em ti um certo mistério à se desvendar,

Algo que me faz nos teu olhos procurar...

Não sei se trazes no coração mágoas e dor,

O que demonstras mesmo é ter esplendor...

Perdoe se não consegui resistir e me calar,

Nestas folhas de papel apenas quis explicar

O sentido desses versos em alcançar teu coração,

Tomara que não tenha sido apenas uma ilusão...

Bem, talvez eu jamais venha realmente à conhecê-la,

Mas acredite, tens brilho mesmo como uma estrela.

Talvez estes versos que agora tens recebido

Sejam somente testemunhas de tê-la perdido...

Enfim, peço que jamais conheças lástimas,

Que nunca escorram em teu rosto, lágrimas.

Mas se um dia teus olhos nelas estiverem imersos,

Que o lenço para secá-las sejam estes meus versos...

SANDRO LA LUNA