LADRÃO, O QUE ROUBASTE?

Não soube te cativar...

Entre meus dentes

não quis te segurar.

Ias, tão contente, a vadiar

Que assustei-me

e somente te contemplei.

O abismo entre nós,

sem pontes nem desfiladeiros,

se fez.

Nó virtual

em que os tempos

não irão marcar, por certo

Assim, deixo-te livre a vagar nas noites sem luas.

Pois a Lua era eu, que teimava em aparecer

em minguantes e quartos-crescentes

em novas e em cheias a mão-cheias.

Ser feliz é saber aproveitar o momento.

Distrais-te e afastas-te de mim.

Louco e em desvario

sou um trocadilho que não tem rima

já que tu, bom ladrão, roubaste o mais precioso de mim-Meu coração!

ºººº

(negra noite-13/04/10)