Poema de amor
Vai, sim...
Sopre vento, o meu nome no ouvido dela.
Estou cansado dessa valsa sem fim
E o canto que nunca cala.
Os astros ainda confabulam estrelas cadentes
E minha saudade só faz um pedido...
Raios de sol...
Aqueça-a e diga que são os braços meus.
Ainda não sei rezar, mas os santos entendem o quero dizer.
No pomar das noites sem manhã,
Sou um cavalheiro soturno
Resvalando-me entre bocas.
Daria meu céu
Se me desse suas estrelas,
Chamar-te-ia de “linda”...
(Mesmo que feia!)
Faria uma canção
Com apenas um tom da sua risada.
E trancaria os portões do castelo pra sempre!...
(Logo depois da sua entrada.)
Chuva constante...
Faça o sertão virar mar
Pra ela navegar até o porto dos meus cílios.
Vou acenar para a partida do vazio
Que sai num navio de piratas sem juízo.
E depois serei âncora no fundo do seu oceano agitado.