AO AMOR DESEJADO

Se na vida urbana faltar encanto

ou se nos sertões não houver acalanto

sem esperança, sem nenhuma folha verde

eu ainda desejarei ver-te

Se um tremor abalar o céu galático

com estrelas caindo feito chuva

e no quintal juntarmos elas com uma luva

eu ainda desejarei querer-te

Se vier uma guerra violenta

de bomba, canhão e atirar sem pena

numa desilução de já não ter tamanho

eu ainda desejarei ter-te

Com toda confusão atmosférica

mesmo que o mundo desmonte

que tudo se perca e nunca mais se encontre

eu ainda desejarei sentir-te

e amando com amor de recomeço

nós plantaríamos as árvores

daríamos banho no rio

apanharíamos as estrelinhas

e a lua voltava pro seu lugar

e ainda assim e mesmo assim eu desejarei amar-te.

CrisLima
Enviado por CrisLima em 28/04/2010
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