Exista...

E X I S T A . . .

Na rua vou olhando junto de um amigo

Tento enxergar você, mas não consigo.

Tudo não passa de uma visão

Que no fim acaba em solidão...

Solidão essa que é meu vazio,

Que pra disfarçar por fora sorrio.

Um sorriso sério, de expectativa,

Imaginando que você está viva...

E enquanto o tempo passa,

Você aguardo que nasça,

Que numa visão se torne real

E me preencha dando-me um ideal...

Bom, já é tarde e estou cansado,

Vou deitar e ficar calado,

De olhos fechados, dormindo,

Sonhando que você está vindo...

Nota do autor: Este poema foi escrito em 1.991, um ano que ficou marcado pela decepção que vivi num relacionamento. Porém como sempre me refiro, sinto a companhia de um anjo guardião ao meu lado que me "diz" acontecimentos vindouros... Não uso isso, nem para benefício próprio ou de outrém... Mas acontecem os fatos... No dia em que eu escrevi essa poesia (tenho até hoje o caderninho onde escrevi com caneta Bic) meu anjo guardião dava-me a entender que eu teria grandes provas na vida, mas que um dia o amor de uma mulher viria me consolar e iluminar meus dias... Em 1.992, nasce Luciana Motta, que conheci a exatos um ano atrás... Um dia aqui em minha cidade, há um ano atrás eu caminhava pela rua principal do comércio daqui e essa tarde significou que foi o dia em que Luciana me viu e se apaixonou à primeira vista... Acabamos nos conhecendo de uma forma inusitada e rápida, tenho mais idade que ela, mas o que nos impressiona é o quanto isso não importa, pois temos ambos a segurança de nos amarmos desde outras vidas... Quando a conheci, me lembrei do dia em que escrevi esse poema que para mim é uma profecia... Ambos nos preenchemos de uma maneira inigualável... Depois de escrever o poema sofri com paradas cardio-respiratórias (sete), convulsões que me acompanhavam desde meus oito anos de idade, tive uns quinze relacionamentos frustrados onde até uma facada tomei de uma certa pessoa por eu não ter meus bens disponíveis para os propósitos dela... Naufraguei na vida ao ponto de perder tudo, até a dignidade e acabei pedindo esmola na rua, o ano era 2.000... Em 14 de maio desse ano resolvi que não queria mais ser quem eu era... Quis abandonar vícios morais e materiais, deixei a bebida, remédios tarjados, drogas lícitas e ilícitas, cigarro e meus defeitos de caráter, quis conhecê-los intimamente um a um... Em setenta dias em completa abstinência fazendo apenas um tratamento a base de verdade e diálogo com uma pessoa chamada André Luiz, parei de ter convulsões que duraram 24 anos, eu já havia parado com todos os demais vícios e assim prossigo até hoje... Serão 10 anos em 14/05/2010... Mas voltando ao poema, nunca desisti da promessa que ele me revelava e a Luciana me mostrava que ele se concretizava na pessoa dela e isso se confirmou em 05/07/2009 quando sofri um grave acidente de carro onde para não matar um transeunte bêbado numa estrada de madrugada, atirei meu carro num barranco de 30 metros de altura... Meu corpo sofreu quebra do maxilar e outros, o carro perdeu-se tamanha a violência do choque... O incrível é que faziam dois meses que a Luciana estava comigo e faziam cinco minutos que eu havia deixado ela na casa dela e voltava para a minha pela estrada... Fiquei desacordado no carro por um tempo aproximado de 30 minutos até que fui socorrido pelos Bombeiros... Saí andando do carro tombado pela janela, sem me lembrar exatamente do ocorrido... Tão logo entendi o que havia acontecido, senti minha alma mais leve e então de repente meu celular tocou... Era a Luciana nervosa e chorando dizendo-me que estava preocupada comigo porque estava continuamente dormindo e acordando em meio a um pesadelo onde assistia que um alguém de rosto coberto tentava me matar... Como ela acordava assustada e retornava ao sono e ao sonho, a angústia a fez ligar para mim... Eu estava nesse momento exatamente fazendo um curativo na testa que sofrera um corte devido ao acidente... Ela chorou muito, preocupada comigo, mas a tranquilizei e horas depois fui até ela, pois minha família sequer veio até minha casa para me ver, nem mesmo minha mãe... Ela com seus 16 anos de idade me deu comida na boca (o maxilar estava quebrado) e me cuidou em seu colo o dia todo... A partir desse dia nunca mais deixamos de acreditar que ela é a personagem da poesia a qual eu acredito que um dia nasceria para me trazer o sentimento de ser amado, respeitado e cuidado por simplesmente ser isso uma verdade... A verdade é que nesse ano viajamos, dançamos, namoramos, choramos, rimos, tudo juntos e até agora o tempo não existe para nós... Não sei explicar... Não existe... Existe um sentimento independente de qualquer outra coisa... Um sentimento de amor... Como eu nunca senti antes e ela também afinal sou o primeiro namorado, primeiro a lhe dar flores, poesia, um bombom, tudo... Ela não está aqui agora em corpo, mas está aqui ao meu lado em espírito, sorrindo e com seu perfume que tanto me encanta e rindo do outro lado, meu anjo da guarda, meu amigo de tantas horas neste mundo, aquele que me diz sempre que onde estiverem dois ou três reunidos em nome do Pai, ali Ele estará conosco... E assim estamos aqui eu, a Luciana e meu anjo... Todos diante do Pai... Obrigado a todos pelo instante de comunhão e benção... Assim seja...

Sandro La Luna
Enviado por Sandro La Luna em 06/05/2010
Reeditado em 06/05/2010
Código do texto: T2239997
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