Dia turvado

Não existem horas

Sendo que não existe principio nem fim

Não existem estrelas

Pois não existe céu

E não existem noites

Por que não existe o sono

Não há como caminhar

Pois não existe chão

Não há como observar

Pois não existe luz

Não como imaginar

Pois não existe esperança

Não se pode respirar

O ar é envenenado com o destilo da cobra

Não se pode nadar

O mar esta turvo, com o sangue de Deus

Não há como sorrir

Meu rosto não passa de uma cera disforme

E são assim

Sem você

São assim, sem você

Seguem cada qual, como uma escuridão distinta

Mestre da dor já me tornei

Mas pricipiante na alegria eu sou

Pois só vivo, sem ti

A cada dia sem sol, cada poema sem luz

Cada passo sem rumo...