O Meu Amor, Quem Viu?

Assim ficaram meus dias

Quando jaz meu azul do céu

Que cobria de luz meu véu

Irrompeu-se à nostalgia

O turvo dia que me consome

Em saudade num peito frio

Um pouso perdido no ar vazio

Que se fez melancolia

Todo um silêncio desajeitado

Luar fosco o sonho pranteado

Um choro de lágrima escarlate

Ao sono rompido à agonia

Eis que me perdi num paraíso

Cuja desilusão me sondava

Àquela lágrima de sal caído

Olhar aflito a dor exalava

Não me achei a claridão do dia

Fiz das incertezas dos espinhos

Teia a me enroscar nos caminhos

A procura da cura dessa ferida

Mas tudo tão inútil!

Olhos rumam outra paisagem

Mãos afagam novas identidades

O meu amor, quem viu?

Ninguém!

13/05/10

São Paulo – SP

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