Corpos entrelaçados

Aqueles lábios teciam dóceis devaneios

Envolviam os num desejo ardente

E seus dedos os tocavam amenamente

Como quem se banha nos oceanos cálidos

Os olhos tentavam esconder seus anseios

Seus olhares no mesmo desejar fundidos

E serenamente a manhã ficou tão silente

Que se podia escutar o sutil respirar

O coração trepido se entrega devotamente

Como quem salta num desfiladeiro escuro

Sem pensar em antes, ou em depois, só quer amar,

Faz daqueles afagos seu porto seguro

E sua nau vai aportando silentemente

No meu cais, tal qual uma manhã despertando

Guiando-me por formosos prados ao poente

E vou mergulhando num sonho que nunca tem fim

Como se caminhasse por um suave jardim

Enquanto ouvia a tua voz no vento soando

Num formoso céu azul celeste contrastando

Com o fervor que os teus lábios vão tecendo

Brando arco-íris de desejos inflamando

Como fruta madura pronta pra ser colhida

Tu és uma rosa em meu peito adormecida

Nossos corpos fundidos um no outro se aquecendo...

Joselito de Souza Bertoglio
Enviado por Joselito de Souza Bertoglio em 14/05/2010
Código do texto: T2257133
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