Mais outra vez te tive,
Como quem agarra o vento
Com as mãos,
Sabendo que partirás de novo!
Escutei, em êxtase, a doçura da tua voz,
A franqueza do teu Ser!
O teu cuidado em não me deixar voar,
Demasiado além,
Em não me perder,
Mas, sabendo que nesse vôo,
Se pudesses,
Virias, também, ver o Sol nascer!

Ah! Meu amor, o mundo pára,
Quando chegas!
O meu coração bate,
Irremediavelmente louco,
Qual locomotiva desenfreada.
Neste trajecto rectilínio,
Fico logo alvoroçada,
Entrando em desalinho...


Ah! Minha paixão!
Apesar de te ter por tão pouco,
Amo-te tanto!
Mais do que o sal ama o mar,
Do que a flor ama a seiva,
Do que a noite ama a lua!

E eu sei que do teu jeito
De menino tímido,
Me amas como homem...
Mantendo, mesmo assim,
Deliciosamente,
A pureza de criança!!

É nessas almas lindas,
Como a tua, meu Amor,
Que neste mundo,
Fétido, por vezes,
Onde proliferam
Velhas hienas e chacais,
Abutres e outros mais,
Famintos de carne pura,
Sedentos, com invejas tais...
E, mesmo assim,
Nossa realidade dura,
Perdura,
Contendo vendavais!
E tudo Avança!
Pois nosso amor foi gerado,
Com as cores da esperança!