Não há ninguém

Hoje sou como uma rainha antiga

Sigo um caminho em que súditos fieis

Exaltam todas as minhas lutas e glórias

Tornando-me forte, menos temerosa.

Enfrento batalhas de vitórias impossíveis

Olho com crueldade para o que me atinge

Desbravo caminhos inabitáveis e longínquos

E mesmo sozinha... Nunca desisto.

Retorno ao meu reino imersa em honras

Todos os clamores de socorro esquecidos

Parecem se calar diante de minha imagem

Desaparecer com o som do meu sorriso.

Não há nada capaz de exercer sobre mim

Nenhuma forma de parcial domínio

Mostro-me magnânima, impecável

Dona de céus e mares... implacável!

... ... ... ... ...

Mas quando tiro minha armadura vã

E olho em meu verdadeiro espelho

Nada ecoa mais alto

Do que seu nome... Meu desespero!

Não! Ninguém conhece minha fraqueza

Mas todas as noites meu chorar sentido

Vence qualquer força impossível

Só não te faz querer estar comigo.

Acaba-se a coroa falsa

Desmontam-se todas as glórias

Sou alguém que vaga sozinha e ainda crê

Porém... Não há ninguém... Você não mais me vê.

Encantadora do Luar
Enviado por Encantadora do Luar em 17/05/2010
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