Buscando o Amor

Estranhos andando por uma breve noite de estrelas,

Esbarrando-se a cada esquina de virtualidades desconhecidas,

Esfregando mãos frias ou soprando-as para aquecer o espírito,

Sonhando encontrar os olhos que irão determinar a parada,

Anseio de uma vida de vontades mal resolvidas e desejos perdidos...

Tempo que me diz: “Não desista! Ela surgirá!”

E agora procuro elevar meus olhos sob a multidão no parque,

Vejo cabelos loiros, curtos, longos, negros, ruivos ao redor,

Roupas coloridas, capas de chuva, botas de cano longo,

Não consigo discernir aquela que deve ter a posse de meu coração,

A angústia me deixa aflito e suando frio á cada aproximação,

Mais uma ilusão que se perde num alarme falso de conexão interrompida...

Bato a porta do Mago celestial e questiono os desígnios do destino:

Onde está meu amor há muito aguardado e prometido desde tempos imemoriais?

Não serei um cavaleiro digno de cortejar a dama de algum castelo distante?

Terei de enfrentar dragões mortais ou feitiços diabólicos para alcançá-la?

Diga-me sabedoria que cavalga o vento através dos tempos:

Como irei retirar esse arame farpado que cerca meu coração?

Nessa cidade não há uma loja de ferramentas 24h que me venda um alicate,

Estou sangrando o peito numa dor eterna que me provoca calafrios,

Preciso de antibióticos e analgésicos para essa vida de torturas insanas,

Eis que surge das sombras a dama com o arco nas mãos sorrindo com elegância,

Sua delicadeza retira minha prisão de aço cortante e me traz a cura esperada...

Meus olhos azuis encontram o brilho verde dos olhos daquela que esteve ausente,

E agora de mãos dadas um novo começo se anuncia nos Anais dessa narrativa,

Nova Era de sentimentos vivenciados e experimentados em todos os seus sabores,

Colorido que torna viva e melhor uma existência antes monocromática,

No compasso do saxofone uma dança embala nosso enlace num tributo ao luar...