DISTÂNCIAS...


Pior tristeza que estar separados
é deitar na mesma cama,
sem comungar a vida.
É ter o peito apertado
de amor, sufocado e calado,
não podendo ser declarado.

É olhar o corpo amado
e não ousar tocá-lo,
tamanho o descaso...
Tão juntos, mas distantes
em pensamentos.

Dispersos momentos...
Estranhos sentimentos
que nas paralelas do caminho
perderam-se em tristes lamentos
e a distância separou
o que antes, era puro amor.

É...
O tempo passou, sonho desbotou
e o vento levou...
Nas cinzas do que restou,
seres silentes, indecisos...

Tudo tão racional e previsível,
o real e o impossível...
Perdemos a sintonia
acabou a sinfonia.

Quem sabe,
em um outro espaço
ou numa nova aurora,
reencontremos o compasso
e tudo volte a ser, 
como outrora? 


2006
Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 29/08/2006
Reeditado em 09/07/2011
Código do texto: T228330