(pintura à óleo fotografada por OLYMPUS IMAGING CORP.)

A Flor Rara

A flor impávida aos que delas anseiam tão só um breve vislumbramento, permanece inerte a quaisquer descontentamentos;

A flor inflama os corações mais desatentos, com o aroma inebriante que muito corrói por dentro, cheiro sutil de amor que vem e vai qual o vento;

A flor percebe os olhares e os lamentos, enxerga a alma dos que passam e os intentos, tanta candura nos trazendo acalento;

A flor tem pétalas de contentamento, cada desabrochar é depurado com o tempo, caule com o estigma do superado sofrimento;

A flor ostenta a cor dos valores mais intensos, em suas folhas resplandece o que se busca há tempos, satisfação seiva que nutre, revelando sentimentos;

A flor anseia algum dia fugar do sombrio relento, um lugar que a abrigue e que seja o seu sustento, fincará as raizes em algum dado momento, ela é flor rara, e tem muito discernimento, só habita onde a formosura que tanto a preenche por dentro, possa aflorar diuturnamente com mais encantamento, não importa qual palmo de chão será o seu intento, os adubos que ela almeja é o amor que vem de dentro.





O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 01/06/2010
Reeditado em 03/03/2013
Código do texto: T2292490
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