Eu e Você

Deixo que a fumaça,
Em espirais, acaricie meu rosto,
Forjando um baile,
Uma festa inexistente de vitória.
Deixo que meu mundo fale,
Na calada pausa da boca,
Na espera vã,
No minuto de sua vinda...
De repente
Como se fosse chuva de verão,
Meu eterno e doce verão,
Deslizante no lençol cinza,
Do encontro ao azul,
Ao gosto de sal,
Pelo sabor do beijo amado.
Deixo que a pele reflita,
Que fale em reflexos,
Quando, quando somente os sexos,
O arrepio festeja a hora,
O minuto seu, o leve segundo meu,
Prudente acaso de nossos pontos.
Foi, e eu deixo que seja
Uma só estância, um só momento,
Para o todo o sempre... Nós.
Nós na festa Divina de tanta fé.