Sacrifício...

Quando a noite cobre o dia,

eu ouço a voz da amargura;

sem encanto e sem magia

cantando a própria desventura.

E por mais que me desaponte,

é possível ver no horizonte

com as mesmices do lugar,

toda a rotina do diário

de um só ponto cardeal.

É um berço doce, imaginário,

que se cobriu de azaléia

para dar guarida à idéia,

de que o bem venceu o mal.

E agora eu; que até podia,

estar no centro dos cardeais,

descubro a angústia de dentro;

(que desamor, nunca traz paz!)

e um sol ardente de meio-dia

que se transforma no epicentro,

criando e conduzindo a mentira;

desvinculado de toda verdade.

Sob o cruel patrocínio da ira

nunca teve força e nem vontade

e agora é um círculo fechado

pra que a parte se complete

em capítulo morto; encerrado...

Ecoa, soa, diz e compromete;

faz de qualquer brincadeira,

um arco-íris, a orgia angelical

de um ponto só e vida inteira.

Mas, pra que fosse verdadeiro

num sacrifício derradeiro,

de morte lenta e gradual

o poeta morreu primeiro...

Joscarlo
Enviado por Joscarlo em 01/06/2010
Código do texto: T2293317