Sacrifício...
Quando a noite cobre o dia,
eu ouço a voz da amargura;
sem encanto e sem magia
cantando a própria desventura.
E por mais que me desaponte,
é possível ver no horizonte
com as mesmices do lugar,
toda a rotina do diário
de um só ponto cardeal.
É um berço doce, imaginário,
que se cobriu de azaléia
para dar guarida à idéia,
de que o bem venceu o mal.
E agora eu; que até podia,
estar no centro dos cardeais,
descubro a angústia de dentro;
(que desamor, nunca traz paz!)
e um sol ardente de meio-dia
que se transforma no epicentro,
criando e conduzindo a mentira;
desvinculado de toda verdade.
Sob o cruel patrocínio da ira
nunca teve força e nem vontade
e agora é um círculo fechado
pra que a parte se complete
em capítulo morto; encerrado...
Ecoa, soa, diz e compromete;
faz de qualquer brincadeira,
um arco-íris, a orgia angelical
de um ponto só e vida inteira.
Mas, pra que fosse verdadeiro
num sacrifício derradeiro,
de morte lenta e gradual
o poeta morreu primeiro...