Tu nunca me esqueças, nunca...

O Palco esvaziou, a bailarina parou

o noivo não veio, a dança cansou!

Não se acenderam as luzes, as cortinas

se fecharam muito rápido, o espetáculo

perdeu o brilho e o sentido... o tempo parou!

E tudo ficou tão vazio, tão sozinho, sem luz!

Nossa música parece ter parado...sumido...

todas as formas se perderam, a dança parou

o brilho parou, o som se calou e tudo se foi...

Onde estarás tu agora, estarás a buscar-me?

Que se deu do nosso cortejo, de nossa alegria?

Que se deu do desejo que nos unia a estarmos juntos

e nada abalava, e nada tremia e tudo durava pra sempre?

Perdemos a hora, o sonho se foi, a noite cessou

o dia acordou e o sol nos queimou? Onde estás agora?

Perdes-te a carteira, o dinheiro da vinda, o ânimo teu?

Não, querido, tu não me deixas-te assim, não é possível!

Se tua boaca me anseia, tua mente me chama e corpo também!

Se os braços abraças, as linguas se tocam, o beijo aflora

sem medo ou pudor. Sei que vens por ai sem demora.

Mas estás a tardar... onde estás que não te vejo?

Esqueceste de hoje, do horário marcado e do encontro também?

Não... ha de ser algum problema grave, que não me contas...

mas por que não contas? Onde estás tu, querido!!!

Perdeu-se o brilho do teatro, do palco, da música, da dança...

Mas sei que vens por ai... eu sei que vens, repito!!!

E eu te espero ansiosa, medrosa e fragil, como uma flor que colhes...

mas não jogarás fora jamais!