Paixão Inerte

Paixão, algo que me cega.

Esqueço o dia

Apago a luz da vida

Vivo na escuridão

E tudo se faz noite

E sem o azul celeste

Apenas ensurdece

E sem guia tateio pelo infinito

Ignorando por onde caminho

Vou pisando de mansinho

Sem saber se é macio

Ou duro o chão

E os espinhos não somem

Assim também os ninhos

Feitos no caminho

Exigindo um esforço continuo

Pisando com cuidado

Caminho no tato

Mas esmago

Desde a rosa ao Botão

E quando o dia raia,

A paixão se acaba

Aparece o furo no peito

Os ninhos desfeitos

Ah! Se soubesse de tudo isto

Eu não caminharia

Inerte ficaria

A espera do dia clarear minha visão

Robert Jorge
Enviado por Robert Jorge em 03/09/2006
Código do texto: T232000