Beijos...
Eu bebo as palavras de tua boca
como beijos que não são meus...
Eu me encanto com teus sorrisos;
com teus lábios e com teus risos
como se fosse a primeira vez.
E os segundos se consomem,
como chamas de eternidade
criando espelhos no infinito
reflexos de sentimento bonito
que eu bem quisera despertar
para salvar o poeta e o homem.
Mas sou resto de meu passado;
quem sabe um quadro mal pintado
que o tempo não poderá perdoar;
pelos teus beijos que não tive,
só tímido desejo que sobrevive
sem nunca transparecer na voz...
E é só quando a noite desce,
à primeira estrela que aparece
que eu posso contar de nós...
Tudo parece fazer sentido:
sem palavras eu te chamo;
digo baixinho quanto te amo
com muito medo de ser ouvido...