Embriagados de amor

Depois da noite em que nós dois brigamos

nem mais nos vimos, nunca mais ficamos,

cada um seguiu distante para um lado.

Na vida, nós seguimos muito além.

Fiquei sabendo que você também

foi novamente amada. Eu fui amado

mas não da forma que você me amava.

Às vezes, sem pesar, sempre falava

que o amor era mais que uma virtude,

muito mais que um singelo sentimento.

Então, por um instante e um momento

tentei amá-la mais forte que pude

e também com a mesma intensidade

dos tempos que havia felicidade,

dos tempos que vivemos a sorrir.

Mas hoje essa distância nos insiste

em dizer que se alguém está tão triste

pode ao menos tentar se redimir.

Aí, tentei vencer o meu orgulho.

Pus uns quatorze versos num embrulho

mesmo sem ter mais nada pra dizer.

Sei que de versos você estava farta,

mas, por favor, aceite a minha carta,

pois foi muito difícil escrever.

Depois nós dois nos vimos novamente,

voltou aquela marca permanente

que reportava toda nossa dor.

Falou-me sobre todos os seus filhos,

falou-me que seguiu por vários trilhos

e que não encontrara um novo amor.

Ficamos nós dois tão emocionados

ao lembrarmos que quando namorados

tínhamos um amor lindo... perfeito...

Era amor sem medida, e sem razão,

era amor que envolvia o coração,

amor que não cabia nem no peito.

Enfim, chegou mais perto, deu-me um beijo

e meu corpo sentiu um forte desejo,

e em seu corpo também tinha esta chama.

Amamo-nos e fomos tão vorazes

e, assim, foi que fizemos nós as pazes

embriagados de amor em nossa cama.

Publicado no meu primeiro livro solo, " Ensaio Poético", editora Virtual Books - 2009