Romance...
Cada palavra é um diamante,
lágrima atraente, intrigante
bendito pranto de serafins,
uma idéia estupenda e bela
página rasgada de uma novela.
Em pedacinhos nos folhetins
eu sou como vogal subjuntiva
um fruto verde da evasiva
que tua imaginação celebra.
Se cada letra é um pedaço
cada risco não é um traço
é só marca de vida que corre,
de ilusão que definha e morre
quando a pedra não se quebra.
Se nas páginas de um romance
podes inventar tons e nuance
eu quero escrever o folhetim
para dar-lhe outro começo e fim.
Porque eu sou doce, sou poeta
sou verbo da transitiva indireta
que nunca soube reger aqui!
Eu vim por mim; e vim por ti!
Vim trazendo um poema confuso
mas sem um único verso deluso
que pudesses, talvez, censurar.
Porque só vim te dizer de amor!
Aprendi as dificuldades da crase
mas pra brindar a pureza da frase
fiz dela um murmúrio encantador
que pode, enfim, nos libertar...