Romance...

Cada palavra é um diamante,

lágrima atraente, intrigante

bendito pranto de serafins,

uma idéia estupenda e bela

página rasgada de uma novela.

Em pedacinhos nos folhetins

eu sou como vogal subjuntiva

um fruto verde da evasiva

que tua imaginação celebra.

Se cada letra é um pedaço

cada risco não é um traço

é só marca de vida que corre,

de ilusão que definha e morre

quando a pedra não se quebra.

Se nas páginas de um romance

podes inventar tons e nuance

eu quero escrever o folhetim

para dar-lhe outro começo e fim.

Porque eu sou doce, sou poeta

sou verbo da transitiva indireta

que nunca soube reger aqui!

Eu vim por mim; e vim por ti!

Vim trazendo um poema confuso

mas sem um único verso deluso

que pudesses, talvez, censurar.

Porque só vim te dizer de amor!

Aprendi as dificuldades da crase

mas pra brindar a pureza da frase

fiz dela um murmúrio encantador

que pode, enfim, nos libertar...

Joscarlo
Enviado por Joscarlo em 29/06/2010
Reeditado em 05/07/2010
Código do texto: T2348433