Teatro de nuvens.

Olho para o céu e vejo aves a voar

Vejo que é um vôo suave, leve

É um vôo calmo e rápido, breve

Um movimento que não posso acompanhar.

Que belos são os pássaros

Voando sem nem um entendimento

Sem nem um descontentamento

Apenas voam por voar

Não amam

Não sabem amar.

E nessa rotina de olhar pra alto

Passo dias, horas, minutos, segundos

Conto estrelas, sonhos, e pensamentos

E logo chega a tarde

E lembro-me dos momentos

E sinto saudade

De um sentimento.

Escureceu. Já é noite.

Os pássaros decidiram parar

Eles não enxergam na escuridão

Esperaram o outro dia chegar

Já eu, fico vendo estrelas

Fico olhando a imensidão

Vendo como sou tão pouco

E como tudo é ilusão.

A noite, o céu, o dia a vida

Agente precisa apenas entender

Que agente nasce pra sorrir e sofrer

Agente nasce, pra viver e morrer.

O céu existe pra servir de palco

Cenário de acrobacias.

Mas qualquer passo em falso

Pode se tornar em noites vazias.

Olho. Não existe mais os vôos

As aves caíram, os homens sumiram

Os tempos mudaram, o vento parou

A vida anda morta só porque amou.