MENINO DE TODAS AS CORES

Olha a pomba que esvoaça

Naquele lindo pombal...

É como nuvem que passa

Que não escolheu a raça,

Num mundo feito desgraça

O Menino universal.

Olha a criança faminta,

Sofrendo fomes, horrores

Menino, embora eu sinta...

Que és a mais bela das flores

O mundo é que te pinta...

Menino de todas as cores!

São papoulas coloridas,

Numa seara sem pão...

São dourados como o ouro,

Lindas espigas vestidas

Que guardo como tesouro

Dentro do meu coração!

Menino que Deus te deu

A cor escura do breu

No Universo soberano

No céu há estreals belas

Menino, és uma delas,

Ó Meu Menino Africano!

Menino, que pátria a tua?

Se não agarras a Lua...

Nem o Sol com a peneira

Que importa a cor vermelha,

Que à fogueira se assemelha?

És calor duma lareira!

Menino de todas as raças

Menino que tento passas,

que a minha alma te enleias

Negro, vermelho, castanho...

Eu pertenço ao teu rebanho,

Tenho teu sangue nas veias!

Maria José Fraqueza - Portugal

zezinha
Enviado por zezinha em 11/09/2006
Código do texto: T237636