NOSSO AMOR

Detrás do morro uma cidade.

Pacata, pequena, linda.

Dela um aroma de amor evade.

Lá é sempre, nunca ainda.

Das sete portas da igreja,

Uma delas é de entrar.

Gosto doce de cereja,

Com você quero casar.

Tem as pedras, pedregulhos.

Também pão de queijo e café.

De longe se ouve o marulho

D'água que bate em teus pés.

De dedos devo te cantar uma canção.

Porei no canto poesia e versos ao léu.

Com ela abrirei as portas do teu coração.

Um beijo te darei ao levantar o véu.

O tempo lá descansa sem nunca passar.

É feito de segredos e ocultas palavras.

Nunca se acaba, nem pode começar.

É lá a eternidade, pupa e larva.

Ela mora numa esquina, casa bela de morar.

Tem o rosto de menina, tem o som de doce mar.

Ali a vida segue num eterno carrossel.

Feito de açucar, favo e mel.

Sabe ela que chegarei pra não mais partir.

Ela me espera na janela, num vaso, feito flor.

Do vasto azul do céu distante um dia vair cair

A luz do paraíso, a iluminar para sempre nosso amor.