TODOS OS AMORES

Eu o amo como criança,

em deslumbramentos.

Sigo seus passos.

Borboleta, toco seus dedos

como em flores.

A força e a beleza o fazem totem.

Aos seus pés, vivo em adoração.

Pássaro desarmado, eu o amo

cantando em seus dias, arrulho,

colorindo de amor suas manhãs.

Eu o amo, primeira namorada,

buscando em seus refúgios

a doçura dos sonhos

e os prantos escondidos

e seus fragmentos.

Eu o amo para sempre

como amam todos os amantes.

Mãe, eu o amo nas noites

colho suas dores,

enterro-as em mim

para que não mais voltem.

Eu o amo tranquilamente.

Leda, eu o amo em delírios,

em transes de amor.

E o quero deus e suas asas

insensatas em meus seios,

a fazer perder minha alma.

Eu o amo com o abandono

das mulheres perdidas de amor.

Arrasto-o em meus mares

escuros e pesados.

Inundo seus sentidos.

Náufrago em minhas noites,

renasce todas as manhãs

de tanto amar.

Saramar
Enviado por Saramar em 12/09/2006
Código do texto: T238072