Canto duma tarde de Verão
Sete palmos de terra na minha mente esgotada
Sete momentos passados na tua presença alada
Sete vidas entrelaçadas por mãos de fada
Sete linhas de poesia, vívida e magoada
Seis versos achados num esperançoso olhar
Seis meses perdidos para te amar
Seis vezes levada neste tanto sonhar
Seis linhas de poesia para te recordar
Cinco estrelas brilham num céu estrelado
Cinco palavras levadas num vento passado
Cinco toques perdi num baile mascarado
Cinco vezes me perdi nesse olhar calado
Quatro dias esperei por um sinal silencioso
Quatro quadros pintei neste tempo ocioso
Quatro lágrimas perdi debaixo dum véu penoso
Quatros gotas bebi desse teu chá venenoso
Três anos perdidos numa vida inteira
Três bobos duma corte, duma feira
Três púlpitos vendidos a quem os queira
Três nuvens caídas por uma beira
Duas almas sentidas e amadas
Duas paredes vazias e pintadas
Duas cadeiras sorrateiras e caladas
Duas vestes caída e não lembradas
Um minuto para te rever
Um novo céu a nascer
Um rapaz capaz de me saber
Um único para me fazer viver.
© Ritinha: 20 de Agosto de 2006