MEU AMOR!

Caracóis saem ao sol,

Brisa sapateia nas costas da lagartixa,

Cantigas de sapos supérfluos tingem de azul o riacho,

À beira de tudo o que acontece um dia estica a língua.

Dentro do espelho tudo se mexe devagar,

O olhar que nasce de retinas azuis,

Flores do campo riem felizes,

Gaivotas roçam tua pele,

Fim e começo do querer.

Trompetes celestes despejam pétalas,

O ruido do tatú no buraco, a terra mole,

Conversa de mão com mão e palmas,

Coiotes gritam teu nome na estrada,

O céu abre a caixa de delícias,

Um nome suavemente pousa,

Nem mil anos de análise

É tão bonito como teu grito:

Meu amor!