Beleza

O mar só é sonoro para quem tem ouvidos

Ora é tão óbvio que seja belo para quem vê

Ninguém pode ter dito

Mas você é bonita

Bonita de beleza faminta

de ganhar o vislumbre

de ser lançada ao cume

Sente que é?

O que é?

Posso convidá-la para jantar

Posso preparar a ceia como bom servo

Mas veja que não tenho modos

E não consigo adocicar-me

Só masco favos de mel

Com a boca aberta

Que diz coisa de mau trato

De razão incerta

A música é boa para quem tem sentidos

Ora é tão obvio que tenha sentido aquele que é vivo

Minha lógica

é esquizofrênica

e purgante

Lateral do que pega a vista

Visão marginal

do ser embriagante

Que é?

Vivo

Ou cuspido?

Não sei amigo

Da natureza dos sãos

Só sei dos desvairados

Que vivem nas ondas

Que chamam a Voz de coração

Mas e você?

Não acho engraçado pô-la na berlinda das prostitutas

E ainda assim sou homem são

Porque esconde o rosto entre os cabelos e dispõem-lhes o corpo?

Porque dár-lhes a atmosfera e negar-lhes a verdade?

Ninguém pode ter dito

Mas você é bonita

Bonita de beleza faminta

de ganhar o vislumbre

de ser lançada ao cume

Continuo sem trato

E sem banquete

Tenho algo para mastigar no bolso

Tenho um pouco de doçura na voz

Tenho umas palavras amaçadas no bolso

Elas se fundem e dão a dimensão

E você não sabe

Ora, você não sabe

A dimensão da beleza

Turkk
Enviado por Turkk em 23/07/2010
Reeditado em 28/08/2011
Código do texto: T2394304
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