De Volta Para Casa

Quantos invernos hei de passar por aqui

Mirando o mundo inteiro deste céu incaico

Voando com ícaras asas de penas de Condores

Unidas com suarda de llama uma a uma

Sobre cada lado o lado da próxima pluma

Como cada braço sobre o outro estende

Quando se abraçam duas asas diferentes

Num único e poderoso vôo quando sentem amores.

Quantos nós binários hei de passar por aqui

Recordando das naves visitoras que vieram do céu

Riscando nossos sonhos como raios silenciosos

Deixando pedras sobre pedras que estavam espalhadas

Em novas habitações e diferentes hábitos de plantar

Ensinando-nos carinho e novas formas de curar

Antes das naus primitivas que vieram ao novo mundo aportar

Trazendo cobranças de dívidas desconhecidas e não devidas

Ensurdecendo a selva a canhão cavalo espadas e arcabuzes

Destruindo toda a obra e deixando nada sobre corpos

Levando nossa áurea arte como alimento para as cruzes

Da empunhadura das “reais” espadas

E dos “pendentes” dos peitos das malvadas rainhas

Dependurados em falsas e assassinas correntes cristãs

Quantas vezes antes de encontrar-me com Ícaro

Ouvirei que meu povo compreendeu que Inti só se põe a nascer

E que este novo mundo deve movimentar-se corajosa e definitivamente

Sintetizando luz da escuridão da transitória noite

Para iluminar o breve dia de nosso amoroso, eterno

E luminoso vôo de retorno ao passado de infinita Paz.

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 25/07/2010
Reeditado em 23/06/2014
Código do texto: T2399362
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