Relato
Aparece-me excêntrico e leve, menino-poesia;
de ares distantes ouço o seu canto de amor e solidão...
Com tão forte e alucinante cânone cativa-me a alma para si;
em contracanto meu rosto no seu,vigoroso beijo imortal...
Por testemunhas a emoção, os desejos e as noites em claro,
motivos para este majestoso e sonâmbulo riso feliz...
Encontro o seu traço a compor sublimes versos,
estribilhos que circundam atrevidos ao seu redor...
Sendo sua inspiração eternamente a mesma que me inspira,
leio sua poesia quando sobrevêm os sintomas da criação...
Então de você absorvo as letras e os sonhos também
e no sonho acordado, paisagem invisível é nosso lugar...
Ao vê-lo, livro-me da opressora e impiedosa gravidade
e nas nuvens envolvo-me, qual pássaro aventureiro
planando alegre diante da visão do amor-poema, amor-você,
que vem belo, solto e pronto pra mim como menino ao colo...
Daí tantas palavras, conversas que o cansaço não seduz,
a doce aceitação ao seu estranho mundo e loucas razões.
E neste pequeno relato, eu externo e louvo a sua beleza,
a imponência do amor que lhe impera sentidos e razões...
Sua existência deflagra-me toda a revolução vigente,
quando me traz as coisas belas nas horas mais tristes...
Menino-poesia, encanto de poeta, sonhador dos meus sonhos,
amigo eterno, não quero vê-lo chorar e nem partir!