VENTO

Vento traga os seus ciscos,

Suja meus olhos com a poeira

Faça-me barro outra vez

Limpa-me com sua sujeira,

Traga-me a brisa do amanhecer,

O orvalho das cinco e trinta da manhã,

Sopra em mim o calor do sol,

E refresca-me com as gotas da chuva.

Faça um arco-íris,

E vente as cores coloridas dos céus em meu rosto,

Deixa-me pegar sua calda e viajar contigo,

Venta nas minhas ventas,

Faça de mim, seu amigo.

Passa em minha janela e balance minhas cortinas,

Bata a porta sem se preocupar com o barulho,

Jogue os lençóis para cima, e deixe-os flutuando,

Faça um roda moinho e traga nele flores e o cheiro da lavanda,

Prepare tudo.

Após tudo pronto, traga-a num passeio nas nuvens,

E coloque-a sobre os lençóis azuis de meus acalentos,

Traga chuva e depois frio,

Esse é o clima que todo amante deseja.

Ah! Vento se você me ouvisse de verdade...

...E quando tocar nos lábios daquela que amo

Saberá que foi um beijo que mandei em silêncio.

Rafael Samgaby
Enviado por Rafael Samgaby em 16/09/2006
Reeditado em 12/02/2010
Código do texto: T241642