Presentes e ocultos

(Poesia inspirada nas leituras indianas e persas)

Me escondo onde não possas me alcançar,

onde meu adormecido coração pousa nas

negações de seus resgates e convites.

Mas minha solidão me força te perguntar

donde seu ocultamento busca insistentes

forças interessadas em meu despertar.

Se consolas as minhas dores, diminuis

o distante caminho com a proximidade

que o tempo sagrado jamais retardará?

"Na tua pupila a minha imagem,

em teus lábios a minha memória:

se moro em teu coração,

onde é que me ocultas?"*

Te escondes onde não posso te alcançar,

onde teu adormecido coração pousa nas

negações de meus resgates e convites.

Mas tua solidão te força me perguntar

donde meu ocultamento busca insistentes

forças interessadas em teu despertar.

Se consolo as tuas dores, diminuo

o distante caminho com a proximidade

que o tempo sagrado jamais retardará?

"Tua imagem no meu olho,

tua invocação na minha boca,

tua morada no meu coração:

De onde poderias estar ausente?"**

*Obs.: *a primeira quadra foi inspirada numa do místico sufi Al Hallaj; ** a segunda é dele, literalmente; só os tercetos são meus)