Silêncio incômodo

Por que me olhas?
Por que te calas?
Pergunta-me... 
O que tens medo que lhe diga?
Interroga-me sobre as dúvidas que tens.
Nunca pedi esse caminho...
Nunca desejei que fosse assim...
Era tão pouco o que queria
E tanto me faltou!
Por que não me pedes a verdade?
Diria-lhe mesmo que sangrando
Preferes não saber
Preferes olhar-me
Depositando em meu coração
Todas as angústias que sentes
A defrontar-se com a verdade.
Por que não me pedes que lhe diga
Nada esconderia
Minha alma é liberta
Meus pensamentos transbordam
Meus olhos refletem
Basta que queiras saber...
Por que permitistes que eu me fosse.
Não percebeu
Não quis.
Ou a certeza o conduziu ao descaso
E agora...
Desse olhar, só ressentimento.
Mágoa, desconfiança, dor.
E tu te calas,
Ausenta.
Contentando-se com o que ainda pensas possuir.
Dores...
Lágrimas...
E sabes que foste também responsável pelo caminho.
Por que te calas?
Alivia-me a alma
Pedindo-me a verdade!