Ao meu amor, eterno

Vou escrever teu nome no muro branco,

te dedicar um presente raro,

como que num encanto, e tanto

não diferente e de igual tanto caro.

Teu nome em letras grandes, garrafais,

a lembrar dos dias de alegria, aflição e dor

de quando eras minhas em tardes magistrais

entregando-me teu íntimo e teu amor

Um raro momento em que tudo se exprime,

um fio de navalha na esperança que se rompe insana.

Te vi saindo de minhas lembranças, num gesto calmo e que redime

as minhas loucuras, que por ti descerrei, em longos dias de vontade plana

Foram para ti que meus versos ecoaram.

Cantei teus delírios em misturas tantas.

Encerrei meus momentos, que de mim tiraram

as vontades tuas e manias santas.

Eras o meu alimento, meu sol e lua,

meus projetos e o ar que me inundava

deixei a minha história e escrevi a tua

perdido de amor, paixão e mais nada.

Do resto de nós ficou o vazio,

do menor desejo ao maior querer,

a fuga erradia como a chama da vela em seu pavio,

perder os passos por não mais te ter.

Meu mundo em pedaços ruiu,

minha áurea e meu semblante se transformaram.

Eras o resto do que de mim surgiu,

como sendo o belo, o raro e o que mais cantaram.

Meus dias eram embalados em românticas canções,

porções de dádivas, migalhas de sentimentos.

Deixaste a glória de amores e paixões,

pela incerteza de promessas e arrebatamentos.

Te vi sair na escuridão dos dias,

tristes ais, sinas e memórias.

Findou-se o sonho de uma feliz história,

no momento negro em que te despedias.

"Aurora de minha vida", muro branco, rua deserta.

Amor, que de tanto amor morreu.

Exceto pelo sonho de uma vida incerta,

foste tu vida e morte de um afeto meu.

VALBER DINIZ
Enviado por VALBER DINIZ em 12/08/2010
Reeditado em 06/05/2011
Código do texto: T2433907
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