Fada...
Ai, que esse teu jeito travesso
é como um miraculoso condão
faz que espere a noite inteira,
doce fada feiticeira
que no fim de meu começo
vem tomar meu coração...
E eu te ofereço poesia
como sementes de flor,
como sementes de amor
para o jardim de uma princesa...
Te quero sim, princesa e fada
chegando assim do nada
com vontade de me ver...
Ai, que esse teu jeito brejeiro
acelera meu sangue e meu pulso
despertando um grave impulso
que me transtorna por inteiro...
E pelos rios de minha vida
corre essa dor doida e doída
de só te ver estrela e lua.
É dor doída que nem a tua
que me enleva; envolve e excita,
que me releva; devolve e incita
porque é imagem fugidia
fugindo no vôo da libélula,
e como ostra ocultando a pérola
rouba-me a noite, leva-me o dia...
Te quero sim, princesa e fada
para na tênue luz da madrugada
plantar poemas, eu sou um poeta !
Ai! Que esse teu jeito trigueiro
faz que os chilreios dos pardais
pareçam melodiosos madrigais
que me transformam em teu primeiro
quando inda ontem não era nada...
Te quero sim, como só um poeta quer,
como somente um poeta sabe querer!
Porque atrás da princesa é a fada
e atrás da fada é sempre a mulher!