Querida poesia,
Perdoe-me por tudo que eu possa ter te causado...
Havia outra intenção de modo que não planejei sua partida.
Sua desaparição repentina do meu convívio me fez sentir culpa!
Rogo-te: perdão, mesmo com tua falta de fé eu me ponho de joelhos.
Não nego meus atos: escrevi, senti, falei. Aos teus olhos cometi crimes!
Porém, senhora Poesia, sei que é impossível retomar o tempo que se foi...
Na amargura tola de minha existência eu me perdi!... E agora?
Meu coração acelera ao passo que penso na tua possível essência em meus dedos,
Vontade que tenho de extrair toda energia que emana no meu escrever!
Rogo-te: em nome das cantigas de roda que tu me ouviste cantar nos versos vãos...
Anseio que neste papel em branco, tu possas pousar e repousar.
Preciso desta vida, não a deixe esvair-se em gotas!...
Entoaremos “uno” uma revoada de Eros,
Se tu nos permitir!