Aguardo o Retorno da Primavera
(À superação do medo pelo Perdão)
Cessa, medo frio! Não congeles meu peito!
Amores envenenados não são vistosos
Conceda-me a graça de amar com respeito
Conceda-me a graça de beijos honrosos
Passado mentiroso que à minh'alma traz dores
Suavize a tua espada para que are nosso solo
Mais lágrimas pus onde vi nascerem flores
Que o futuro, ao vir, não me fira, eu imploro
Desçam, lágrima, e abrandem o letal receio
Não quero que certos desejos a mim se lancem:
A vontade de que meu amor seque em meu seio
Para que a dor e a desilusão não me alcancem
Que teus olhos me passem ternura, rosa amada
Que teus espinhos agora só lutem por nós
Que nossa seiva nunca mais seja desperdiçada
Para que renasça a beleza do que há entre nós