quando as hortensias se despem do azul

hortênsia é a parte sagrada do hálito de deus

com gosto de orvalho onde descansa seu sono

espelho inalcansavel

rua em volta do azul e a surpresa surgiu do inesperado

força viva atravessando a tarde

parede onde pendura seus sonhos infantis

seus pés escrevem versos num deserto de vidros e luas

onde o sol se funde em caricias e sonhos

onde a linha agita uma pandorga de tule com asas de anjo

rios e risos desnudados

e os ventos ensinam outros ventos a cantar

dobrados e incolores eram sobre o nilo

o rosto das palavras na boca carnuda e madura

agora joga longe essa luz de perfume e mel

essa horquidea que dança na rua de fogo adentro e nua

incêndio inca indio habita o calor clandestino

reuniaõ aspera do sal com o sol

e todos vem beber o dia e a ordem dos abraços brancos

e regressam do gaz com a paz

emergindo das pirâmidesonde

onde um dia já fomos a sombra que fugiu do último planeta vivo

e da moça com desejos de hortelã e tulipas sob um céu de açucar

enfim...a sós...agora quero rever

através da janela

o arco-iris dançar em nossa cama