Aldeão

Não tente me provar o contrário

O que o mundo pensa surpreso

Para mim monta-se um cenário

Um ambiente nada coeso

Mas que vidra minha visão

Por alguns instantes pára o coração

Vendo alguém

Não sei saber quem

Na mente um vai e vem

Conturbadas emoções cintilam

Os pensamentos alucinam

Passado é confuso para presente

É melhor oferecer o que se sente

Sentir é eterno enquanto se persiste

Sentiu o que ouviste?

Sabia um sábio querendo mais saber

Como faço para me conter

Frear um coração inchado

Só pensando calado

Sozinho a sapiência me conforta

Não sei saber se ela se importa

Minha viva consciência está morta

O inconsciente pensa efusivamente

Meu olhar chega a estar ardente

Mas ela sabe que mente

Quando não pergunta veementemente

O que me desloca do presente

Parando-me na eternidade da visão

Dela me parando o coração

Perdurando a mudez na mente

Transformo-me em um aldeão

Que cumprimenta um anjo solitário

Que vivia em um relicário

Escondido em armário

(Pode ser que suas asas nasceram

Depois que suas insanidades desapareceram)

Mas o sábio sabia que não se leva saber

Os sentimentos da visão são para viver

Você pode apenas não os reconhecer

Mas não criar justificativas para nunca ver

A eternidade nunca se culpa

Mas você sempre se desculpa

Se um dia levar algo dela que seja beijo

Levará mais a fundo qualquer desejo

A prova estará na sua determinação

Vais escutar batidas do coração,

Para sempre aldeão.

Gustavo Martins Pistoresi
Enviado por Gustavo Martins Pistoresi em 19/09/2006
Código do texto: T244366