ÚNICO AMOR
Não digas que és dona...
Desprezes as teses,
As cantilenas esnobes do CD
Não entres no jogo de cena
Das chatas nouvelles vagues,
Das malditas falas doutrinárias
Suspendas as calçadas da fama
Concebidas de mãos tortas e vazadas
Dos passeios apinhados de água da lama
Espirrada dos carros estressados
Deste cotidiano imprescindível, dispensável...
Aguardes meu único e verdadeiro sinal
Um recado extra-plus dos céus
Velejando ao alto dos prédios pardos
Dessa metrópole empedrada...
A mensagem tombará num cordel
Bem diante de teus pés
A refletir uma clara verdade
No meio da tarde alaranjada...
Reconhecerás dentre o tropel
Meu semblante vetusto
Desvelando-se do véu negro
Cega, encontrar-me-ás em tudo...
Perceberás que nunca fui teu
E, mesmo findo nosso tempo,
Pertenço a ti só em mim...
Eu... Apenas eu posso dizer:
Tu és meu único amor, por fim
Só assim, dou-me inteiro a ti, a valer...