Como me sinto... me descubro!
Me descubro absorta, repelida do mundo
Guardada nesses olhos tristes que me desabam
Presa ao meu sorriso falso onde me perco fundo!
Me descubro só, extremamente só na imensa imensidão
Nada me apavora, somente minha própria convivência
De viver comigo num respirar onde nem tenho chão.
Triste, muito triste! Da mais profunda das tristezas
Da cor que agora não me habita, não transita em mim
De não saber o que ser e só respirar que me é a tal certeza
Me descubro ausente de um afago que me leve
Ao dormitório dos sonhos que tanto aguardo
Me descubro no sem amor ou no amor de todo breve
Não quero brevidade no amor, quero riqueza em fim
E me descubro febril, incerta, confusa, autêntica...
De viver na vida de todo exilada de mim!